Desfilar numa escola de samba no Rio de Janeiro – Para fazer antes de morrer

Todo mundo tem coisas que gostaria de provar, nem que seja uma vez na vida. Alguns colocam estes desejos em forma de listas. No ano passado, vimos as listas de desejos viajeiros de diversos leitores por aqui, lembram?

Eu também tenho minha lista. Algumas coisas já foram “ticadas”. Umas resultarão ser na verdade um programa de índio. Outras em compensação foram além do que eu imaginava. Sorpreenderam. São estas que vou listar por aqui, coisas que (na minha humilde opinião) todo mundo devia fazer antes de morrer. Não são exatamente ir a lugares, implicam ir! Mas o que vou postar são as experiências que deveriam ser saboreadas. Experiências transformadoras!

Como estamos em pleno Carnaval, nada melhor que começar com: DESFILAR NUMA ESCOLA DE SAMBA NO RIO DE JANEIRO.

Organizando-se com antecedência não é complicado. Uma grande amiga foi a motivadora lá pelos idos de 2001. Fizemos tudo por Internet. Atualmente, a filosofia do “deixa a vida te levar” é forte. Mas para viajar em feriados como Carnaval a programação é fundamental. Programar não significa “engessar”, significa ser esperto para desfrutar ao máximo dos minutos mais caros da sua vida, que são os minutos das férias!

Compre tudo com antecedência, bilhetes aéreos, hospedagem, fantasia e entradas para o desfile. Nós ficamos no Mengo Palace Hotel. Andamos de metrô, ônibus e táxi. O quarto era ótimo, assim como o café-da-manhã. Pasmem, foi indicação de um dos italianos do grupo, que foi também quem nos levou de um lado a outro no Rio!

Além do desfile, vimos o tradicional bloco carnavalesco “Bola Preta“, comemos na Confeitaria Colombo. Não conseguimos visitar nenhum museu, porque estavam todos fechados por causa do Carnaval(snif snif). Tomamos um sol na Barra e em Copacabana. Subimos no Cristo e até no shopping passeamos.

Para comprar a fantasia, é só entrar em contato com o diretor da ala. Normalmente, há um site onde se pode ver a fantasia. Não são todas as alas que estão abertas ao pessoal que não é da comunidade. São alas específicas, onde seja mais fácil o controle e que não comprometam o ritmo da escola. Pagamos antecipadamente, e buscamos a fantasia na casa da diretora da nossa ala. Avisam que se a pessoa não aparece na avenida com a fantasia completa, sua participação é vedada, afinal estará tomando parte em uma competição, onde o mínimo detalhe, conta!

Fomos de metrô à Passarela do Samba. Super divertido, ir encontrando com outros fantasiados. O metrô estava abarrotado, mas em nenhum momento senti receio, ou seja, não me senti para nada insegura. Chegamos 4 horas antes do desfile, para a concentração. Desfilar é como sair do teu próprio corpo, porque você não sente nada, só empolgação, emoção. Como se fizesse parte de uma grande engrenagem que vai te levando. Uma das coisas mais impressionantes que já tomei parte. Na hora que termina, teu corpo volta a tomar conta, o que significam dores musculares. Até falar dói, afinal a língua é um músculo!

Fomos direto para o hotel. Banho e muita cama. No dia seguinte, assistimos os desfiles na arquibancada. Outra experiência, bem diferente da anterior, mas tão alucinante quanto. Tem que fazer as duas coisas, desfilar num dia e assistir no outro. Dica: compre o Cd com os samba-enredos, assim você entrará ainda mais no clima. Nossa arquibancada ficava junto ao recuo da bateria. Parecia que os 300/400 músicos estavam dentro de mim. Estava embriagada, sem beber uma gota de alcool. O nível de adrenalina sobe tanto com este espetáculo ao vivo e a cores, que no final o esgotamento é total: corpo e alma. Saímos com o dia claro, hotel, banho, café-da-manhã e cama, divina cama! O certo é que a partir deste momento, sonhar teria uma outra perspectiva, cheia de confeti e muita serpentina 😉

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imagens: archivo_turomaquia_2001